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laboratório de ideias, estudos, experiências e reflexões

07 março 2005

Blogues:... Definição

Basta fazermos uma pesquisa rápida na Internet para descobrirmos uma multiplicidade de definições do conceito weblogue.

De acordo com António Granado (2003), “um weblog é uma página com entradas datadas que aparecem pela ordem inversa em que foram escritas”. Na mesma linha de pensamento, Vanda Ferreira (2004) apresenta os weblogues como “uma espécie de diário pessoal ou colectivo publicado na Internet e que permitem a troca de comentários interactivos, imagens e sons através de mensagens de correio electrónico publicados em listas de actualidade decrescente. No topo, aparecem os mais recentes. No fim, os mais antigos.”, tal como Hugh Hewitt (2004), segundo o qual ‘Blog’ é a abreviatura de ‘Web log’ – uma página on-line com entradas datadas, mantido por um ou mais autor/editor, com links e comentários – “’Blog’ is short for ‘Web log’ - an online site with time-dated postings, maintained by one or more posters, that features links and commentary.” (Hewitt, 2004). Jane Perrone num artigo da versão online do jornal inglês “The Guardian” refere os weblogues como sendo, literalmente, um “log” (registo) na Internet – uma página online, com um formato de um diário, no qual o autor (o “blogger”) coloca links para outras páginas que ele/ela considerem interessantes, numa ordem cronológica inversa. - “A weblog is, literally, a "log" of the web - a diary-style site, in which the author (a "blogger") links to other web pages he or she finds interesting using entries posted in reverse chronological order.” (Perrone, 2004)

Por seu lado, Dave Winer (2002) apresenta-nos uma definição mais elaborada assente em algumas ideias chaves: um blogue aponta para artigos existentes algures na Internet; é uma viagem contínua, com um guia humano que vamos conhecendo ao longo da “jornada”; existe um sentimento de companheirismo entre os autores dos blogues, que se revela por exemplo através do apontamento recíproco de blogues. - “Weblogs are often-updated sites that point to articles elsewhere on the web, often with comments, and to on-site articles. A weblog is kind of a continual tour, with a human guide who you get to know. There are many guides to choose from, each develops an audience, and there's also camaraderie and politics between the people who run weblogs, they point to each other, in all kinds of structures, graphs, loops, etc.” (Winer, 2002)

Dave Winer (2001) identifica mesmo os blogues como sendo “Personal Web Publishing Communities” – Comunidades de publicação Web pessoais, de acordo com 4 princípios fundamentais:

Em primeiro lugar “A weblog is personal” - um weblogue é pessoal, uma vez que é da autoria de uma pessoa e não de uma organização. Os blogues apresentam-nos a personalidade do seu autor, razão pela qual são interessantes;

“A weblog is on the web” – um blogue é uma página online, não é um suporte impresso. Pode ser actualizada com frequência, com um custo de produção muito baixo e é acessível através de um simples browser de Internet;

“A weblog is published” – as palavras surgem através dos templates, num processo automatizado de publicação, onde também há a possibilidade de usar ferramentas avançadas de escrita. Ou seja a tecnologia aplica-se aos weblogs, publicando a tecnologia;

Por último, “a weblog is part of communities” – os blogues pertencem a comunidades. Nenhum blogue existe sozinho, os weblogues são relativos a outros blogues e ao mundo. O mesmo pode ser dito da maioria de weblogs que ganham audiências, eles associam pessoas com os mesmos interesses através da Internet.

Rebecca Blood (2002) associa à sua definição, as potencialidades dos weblogues. Segundo Blood, um weblogue é uma forma e um formato: um web site actualizado constantemente contendo entradas disponibilizadas numa ordem cronológica inversa. No entanto ainda, de acordo com Blood, esta forma é infinitamente maleável, pelo que os blogues têm um enorme potencial, tanto para utilização pessoal/privada, como para utilização profissional. Mantidos facilmente, via computador ou dispositivos móveis, os weblogues estão a organizar negócios, a criar e fortalecer laços sociais e a filtrar a Internet, ao mesmo tempo que fornecem uma plataforma para que qualquer pessoa publique a sua visão do mundo.

Nesta linha de pensamento de múltiplas potencialidades dos blogues, Adam L. Penenberg refere-se aos blogues como a revolução da disseminação do capital intelectual - “Rather, it's a revolution in the dissemination of intellectual capital.” (Penenberg, 2004) e como o modelo socialista de troca de informação, uma vez que é gratuito, de fácil utilização, acessível por todos quantos tenham acesso à Intenet – “Think of it as the socialist model for informational Exchange.” (Penenberg, 2004).

António Granado (citado em Ferreira, 2004), considera que os blogues “são uma forma de expressão individual dos jornalistas e dos públicos que os criam porque gostam de escrever, expressar opiniões que acham que valem a pena, mas que as pessoas não dizem nos jornais”. Esta ideia é reforçada por Rogério Santos (citado em Ferreira, 2004), os blogues “são um espaço de afirmação pessoal, individual dos autores, de criação de um novo espaço. Há a ideia de que os blogueiros são apenas jornalistas; não são. Mas Rogério Santos (citado em Ferreira, 2004) vai mesmo mais longe ao afirmar que nos blogues “torna-se público o que é privado, uma história quotidiana, um pensamento. São um meio de expressão pessoal, porque usam apenas uma ferramenta simples de comunicação pessoal, íntima. Os mais conhecidos são os dos jornalistas, mas apenas porque têm uma repercussão pública”.

Podemos então falar dos blogues como diários de bordo, nos quais os seus autores vão expressando os seus pensamentos constantemente, alguns, várias vezes por dia, ocasionalmente partilhando links para artigos ou itens multimédia, que consideram pertinentes, em outros blogs ou em web sites tradicionais. Mas os blogues não são diários de bordo secretos, íntimos, privados. Os blogues partilham informação privada a todos os quantos os queiram visitar, funcionando mesmo qual jornal de parede, que permitia a leitura a todos quantos passassem junto deste. Outra característica importante dos blogues é a criação de comunidades e/ou amizades. Os blogueiros adoptam um sentimento de comunidade ao referirem e reagirem aos blogues que lêem com frequência, sendo a sua barra lateral uma afirmação da tribo à qual querem pertencer. Podemos mesmo então falar dos blogues como as novas tertúlias de amigos, grupos de discussão, nos quais as pessoas partilham assuntos de discussão através de comentários e da partilha do debate de temas particulares entre blogues.

2 Comments:

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