A investigação fenomenológica de um ecrã apresentada ontem na Universidade Católica Portuguesa por Fernando Ilharco, de sua autoria em colaboração com L. Introna, é baseada no Método de investigação fenomenológico de Husserl e Heidegger, que consiste nos seguintes passos:
1. Descrição do fenómeno ecrã;
2. Análise da etimologia de ecrã;
3. Redução do fenómeno ecrã a um objecto intencional da consciência;
4. A essência do ecrã.
De seguida apresento as informações mais relevantes de cada fase apresentadas por Fernando Ilharco.
1. Descrição do fenómeno ecrã:Actualmente há mais ecrãs do que pessoas, no mundo.
As pessoas estão bastante familiarizadas com os ecrãs, no entanto, de acordo com a perspectiva de Heidegger, muitas vezes quanto maior a familiaridade, menor o conhecimento desse objecto
Normalmente, o ecrã está associada à ideia de atenção, relevância e mediação.
2. Análise da etimologia de ecrã:Na investigação fenomenológica, a etimologia é apenas um instrumento para descobrir qual é a evolução da palavra, para onde aponta a palavra.
Em síntese, "
to screen" traduz-se em 3 ideias principais:
- projectar/mostrar;
- esconder/proteger;
- testar/seleccionar;
Qualquer uma delas relacionada com a atenção/chamar a atenção.
3. Redução do fenómeno ecrã a um objecto intencional da consciência:A atenção, a chamada de atenção e a relevância são 3 características obrigatórias do ecrã. Estas características são próprias do ecrã e não dos seus conteúdos.
4. A essência do ecrã:O ecrã é essencial, comum e global, sendo que a sua relevância assenta num tema (situação, actividade, local).
Significado essencial do ecrã - relevância num contexto de um acordo prévio e basilar.
Segundo esta investigação, o ecrã é relevante por si mesmo independetemente dos conteúdos. Pessoalmente esta afirmação deixa-me bastante dúvidas, não poderão os conteúdos condicionar ou mesmo determinar a relevância e/ou a atenção de um ecrã?