// lisbonlab //

laboratório de ideias, estudos, experiências e reflexões

31 março 2005

Yahoo 360° [1]

A Yahoo lançou rencentemente o Yahoo! 360°, ainda em versão beta, um novo serviço de comunidades, cujo objectivo é criar e manter uma rede de amigos. Para este efeito, a Yahoo disponibiliza a cada um membro um blog, partilha de fotografias, listas de recomendações e um espaço apreciações/críticas entre outras funcionalidades, umas interessantes outras, aparentemente, nem tanto.

Tratando-se de uma versão beta, ainda só é possível usufruir deste novo serviço do Yahoo através de um convite de um membro existente. Pois eu já recebi um convite, pelo que já sou membro do Yahoo! 360°, graças ao Steve Rubel a quem tenho de agradecer, a gentileza de me ter convidado. Thank u Steve.

Espero em breve, ter disponibilidade para publicar aqui um comentário mais substancial sobre a minha experiência do Yahoo! 360°.

30 março 2005

Blogues Organizacionais [2]

Nos últimos dias, este blogue tem sido somente um referenciador ou apontador, como diria o Professor Doutor Rogério Santos, uma vez que o mestrado em conjunto com a minha ocupação profissional e principalmente com a minha vida pessoal, que muito prezo, não me tem permitido dispender mais tempo, que o estritamente necessário para deixar alguns links de noticias ou blogues que me parecem pertinentes.

Deste modo, na minha pesquisa sobre Blogues Organizacionais descobri um site com informação muito interessante sobre este tema. O Corporate Blogging aborda de uma forma profunda o papel que os blogues podem ter ao nível da comunicação organizacional externa e interna. A não perder.

29 março 2005

Nem tudo são rosas na blogosfera

Começam a ser bastante frequentes os casos de bloggers que são despedidos ou sofrem represálias nas suas organizações, em virtude das afirmações expressas nos seus blogues.

Ellen Simonetti, antiga hospedeira da Delta Air Lines, é um dos rostos mais visível deste comportamento, uma vez que segundo ela "I was fired for blogging".

Podem ter acesso à história completa da "Queen of the sky" (nickname de Ellen Simonetti), num artigo no Cnet News.com:
I was fired for blogging

"O novo mundo dos blogues"

O Diário de Notícias de hoje traz como tema do dia "O novo mundo dos blogues", abordando o fenómeno dos blogues enquanto revolução que pode criar um novo poder, alternativo ao poder tradicional dos tradicionais meios de comunicação. A não perder.

Revolução da blogosfera pode criar um novo poder
Mais de 70 blogues criados todos os dias em Portugal

Géneros de música

Num exercicío bastante interessante, o meu grande amigo Cajó Silva, publicou no seu Diasdeblog, uma listagem com os principais géneros de música que recomendo vivamente a quem, como eu, nunca soube muito bem categorizar a música que gosta de ouvir.

28 março 2005

“News & Record”

Tal como em Portugal, também nos Estados Unidos da América, os jornais tradicionais, apercebendo-se do peso cada vez maior dos novos media estão a experimentar novas fórmulas, disponibilizando aos repórteres, aos seus leitores e aos cidadãos em geral novas formas de interagir.

A “Tecnology Review” apresenta o exemplo de um jornal da Carolina do Norte, o “News & Record”, com uma tiragem média de 93 000 exemplares que introduziu várias alterações no seu website na perspectiva de criar uma “praça electrónica”.

A Bold Venture: Creating an 'Electronic Town Square' with Blogs
Ellen Simon AP Technology Writer

Blogues: experiência portuguesa

Para todos os interessados adicionei na barra lateral, a seguir ao meu perfil um link para o documento integral do estudo sobre a experiência dos blogues em Portugal.

Blogues Organizacionais [1]

Graças a Mónica André e ao seu B2OB, descobri um post bastante interessante de José Luis Orihuela, no seu blog eCuaderno , no qual apresenta um pequeno guia para todos os empresários que equacionem utilizar os blogues como ferramentas de comunicação organizacional: "Corporate Blogging: por dónde comenzar", para o qual aconselho uma leitura atenta.

27 março 2005

Sugestão: "O Homem sem sombra"

Em exibição no Teatro da Comuna, em Lisboa, desde 11 de Março, a peça "O Homem sem sombra" de António Torrado a partir de três contos do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, que tive a oportunidade de assistir ontem, foi uma agradável surpresa que recomendo vivamente.

Mais informações:
'O Homem sem Sombra' pelo Teatro da Comuna descrito pelo DN

17 março 2005

"Blogues organizacionais"

No âmbito da cadeira de Comunicação Organizacional, tinha inicialmente pensado escrever um artigo sobre a importância das tecnologias de informação e comunicação na comunicação organizacional, com particular ênfase para o papel desempenhado pela intranet.

No entanto, apercebi-me que pode ser interessante interpretar o fenómeno dos blogues ao nível organizacional, quer como local de livre expressão no qual os trabalhadores reflectem abertamente sobre as suas organizações, muitas vezes sobre o anonimato, quer como local de partilha e discussão de ideias entre pares.

Em relação a este tema, gostaria de destacar um excelente blogue de Mónica André, denominado B2OB - Barriers and Opportunities to Organizational Blogging / Barreiras e Oportunidades Organizacionais ao Blogging, a não perder.
Ao contrário do que possa parecer, este blogue não pretende ser um espaço dedicado unicamente ao fenómeno da blogosfera, apesar de nos últimos dias assim ter parecido. Mas a verdade é que neste momento o mestrado ocupa uma grande percentagem do meu tempo, pelo que não me resta muito mais tempo para poder abordar outras temáticas do meu interesse.

16 março 2005

Blogues:... Agradecimento

Gostaria de agradecer os comentários que têm sido feitos ao estudo sobre a blogosfera portuguesa, quer nos espaços existentes para esse efeito neste blogue, quer directamente para o meu e-mail.

Particularmente gostaria de agradecer a crítica construtiva do Professor Manuel Pinto, publicada no Webjornal, no qual afirma:

“Interessante, embora com um senão: o ter-se limitado a uma amostra construída com um critério claro: foi circunscrito aos cem blogues mais visitados no dia 19 de Janeiro último, apurados pelo 'blogómetro' do Weblog.com.pt. Mas é um critério limitado relativamente ao objectivo central da pesquisa: conhecer a blogosfera. Assim, ficamos a conhecer melhor a blogosfera mais visitada, o que já é bom.Mas fica a pergunta e sugestão para outro estudo: que resultados se obteria se, porventura, a amostra incidisse sobre os cem menos visitados? Ou sobre os cem mais, os cem menos e os cem médios?”

Julgo que esta crítica é de todo pertinente, pelo que o estudo não se deveria denominar “Blogues: experiência portuguesa”, mas sim “Blogues: a experiência dos blogues mais visitados em Portugal”. Neste sentido e como reconheço que existe um grande interesse do ponto de vista sociológico e comunicacional na análise deste fenómeno, irei aceitar o desafio de realizar um estudo mais aprofundado sobre a blogosfera portuguesa, que não se restrinja aos blogues mais visitados.

Por último gostaria de agradecer ao meu colega e amigo Paulo Castelo Lopes por me ter despertado para a pertinência do estudo deste interessante fenómeno que é a blogosfera.

11 março 2005

Qualidade de vida

De acordo com um Índice de Qualidade de Vida desenvolvido pela Unidade de Inteligência ( Economista Intelligence Unit) do "The Economist", Portugal é o 19.º a nível mundial, num ranking liderado pela Irlanda. Lido no Nothingandall em:
Portugal é o 19º. país a nível mundial. Irlanda lidera.

Um resultado que me deixa verdadeiramente surpreso ainda por cima porque ficamos à frente de países como a França, a Alemanha ou o Reino Unido, nos quais, tradicionalmente, reconhecemos uma boa qualidade de vida, significtivamente melhor do que em Portugal. Resta saber quais as variáveis e as metodologias utilizadas neste índice.

10 março 2005

Manuel Castells e a estratégia de Lisboa

Recomendo vivamente a leitura da entrevista a Manuel Castells publicada na edição de hoje do Público, na qual o autor de "A Sociedade em rede" aborda a Estratégia de Lisboa e os seus falhanços.

Manuel Castells: "Não precisamos de inventar outra estratégia de Lisboa"

...e ainda mais 3 pequenas peças com opiniões de Manuel Castells:
A bolha europeia
Open Source "Uma questão fundamental para a Europa e o mundo"
"Patentear o software é destruí-lo"

Podemos concordar ou discordar, mas o importante é conhecer as suas opiniões.

09 março 2005

Blogues:... Referências Bibliográficas

Blood, R. (2000). weblogs: a history and perspective. Recuperado em 2005, Fevereiro 5, de http://www.rebeccablood.net/essays/weblog_history.html

Blood, R. (2002). BlogTalk - A European Conference On Weblogs: Web-based publishing, communication and collaboration tools for professional and private use. Recuperado em 2005, Fevereiro 5, de http://2003.blogtalk.net/

Ferreira, V. (2004). Blogues, logo existem.... Recuperado em 2005, Fevereiro 3, de http://www.aind.pt/meios2004/rev_novdez/tendencias1.html

Granado, A. (2003). Ponto Media - Discussão sobre o que são weblogs. Recuperado em 2005, Fevereiro 3, de http://ciberjornalismo.com/oquesaoweblogs.htm

Hewitt, H. (2004). HUGH HEWITT STRIKES BLOW FOR BLOGS. Recuperado em 2005, Fevereiro 4, de http://www.freerepublic.com/focus/f-bloggers/1307604/posts

Penenberg, A. L. (2005). Like It or Not, Blogs Have Legs. Recuperado em 2005, Fevereiro 2, de http://www.wired.com/news/culture/0,1284,66336,00.html

Perrone, J. (2004). What is a weblog? Recuperado em 2005, Fevereiro 4, de http://www.guardian.co.uk/weblogarticle/0,6799,394059,00.html

Recuero, R. C. (2003). Weblogs, webrings e comunidades virtuais. Recuperado em 2005, Fevereiro 2, de http://bocc.ubi.pt/pag/recuero-raquel-weblogs-webrings-comunidades-virtuais.pdf

Winer, D. (2001). What are weblogs?. Recuperado em 2005, Fevereiro 5, de http://newhome.weblogs.com/personalWebPublishingCommunities

Winer, D. (2002). The History of Weblogs. Recuperado em 2005, Fevereiro 5, de http://newhome.weblogs.com/historyOfWeblogs

07 março 2005

Blogues:... Conclusões

O presente estudo não pretende ser uma análise aprofundada ao fenómeno dos blogues, mas apenas um ponto de partida, um primeiro estudo que lance a discussão sobre esta temática.

Tal como foi possível constatar neste estudo, nomeadamente, pela resposta dada pelos blogueiros, os blogues não são um fenómeno passageiro, uma moda, mas sim uma nova forma de expressão que veio para ficar. Quer as últimas eleições americanas, Bush vs Kerry, quer as actuais eleições legislativas portuguesas são um claro exemplo da importância atribuída a este fenómeno, a avaliar pelos inúmeros blogues criados por políticos, desde a dissolução da Assembleia da República pelo Sr. Presidente Jorge Sampaio, como o blogue da Dr.ª Helena Lopes da Costa, do Dr. Morais Sarmento ou do Dr. António José Seguro.

Estamos portanto perante uma nova forma de comunicar, uma nova forma de expressão, totalmente livre. Estamos perante diários de bordo, da própria vida, nos quais as pessoas nos dão a conhecer a sua personalidade, partilhando momentos da sua vida, pensamentos e outras reflexões.

No entanto, apesar da componente narcisista dos blogues, o umbiguismo referido por António Granado (citado em Ferreira, 2004), 97% dos blogueiros admitiu visitar e ler diariamente outros blogues e 79,8% afirmaram comentar entradas de outros blogues. Podemos então afirmar, sem qualquer dúvida, que estamos perante um comunidade, ou melhor dizendo várias comunidades, unidas em torno de interesses comuns.

Mas, a verdade é que por enquanto ainda estamos perante comunidades essencialmente virtuais, uma vez que 64,6% dos participantes no questionário deste estudo afirmou nunca ter participado em encontros de blogueiros. Provavelmente este facto deriva do fenómeno dos blogues em Portugal ainda ser algo recente.

Neste sentido, apenas os próximos anos nos poderão ajudar a compreender de uma forma mais aprofundada este interessante fenómeno, que apenas agora começa a dar os primeiros passos em Portugal. Só no futuro poderemos compreender qual o papel que os blogues irão desempenhar perante os tradicionais órgãos de comunicação social, enquanto espaços privilegiados de liberdade de expressão.

Blogues:... Resultados

1. Data de criação do blogue:

Tal como já foi referido anteriormente, em Portugal, os weblogues ganharam expressão sobretudo desde 2003. De acordo com a amostra constituída para este estudo, 41,4% dos blogues foram criados em 2003 e 26,3% em 2004. Apenas 4% dos blogues foram criados antes de 2003, 2% em 2001 e 2002.

Gráfico 1.
Percentagens de blogues criados, por ano



2. Categoria do blogue:

De acordo com os resultados deste estudo, 20,2% dos blogues não são categorizados numa categoria particular, sendo classificados como “Gerais”. As categorias seguintes mais relevantes são “Pessoal” com 14,1%, “Humor” com 9,1%, “Política” com 7,1% e “Comentários” e “Sexo” com 5,1% cada uma.


3. Actualização dos blogues

Como era expectável, a esmagadora maioria dos blogueiros (85,9%) afirma actualizar os seus blogues pelo menos uma vez por dia, sendo que 26,3% afirma executá-lo várias vezes por dia.

Gráfico 2.
Frequência de actualização dos blogues



A maioria dos blogueiros (76,8%) despende mais de 30 minutos por dia para as actualizações do seu blogue. 27,3% afirma necessitar de pelo menos uma hora diária, 14,1% entre uma hora e 2 horas e mais de 5% (5,1%) mais de 2 horas.

Gráfico 3.
Tempo médio dispendido para a actualização dos blogues


Além do tempo dispendido pelos blogueiros para a actualização dos seus blogues, a maioria (60,6%) visita o seu blogue várias vezes por dia, enquanto 38,4% visita-o diariamente.

Uma das principais características dos blogues é permitirem que os seus leitores escrevam comentários. Questionados sobre a frequência com que lêem os comentários introduzidos nos seus blogues, quase 90% (89,9%) dos blogueiros afirmam lerem-nos diariamente, sendo que 44,4% afirmam fazê-lo várias vezes por dia.

Gráfico 4.
Frequência de leitura dos comentários dos blogues



De acordo com este estudo, apenas 10,1% dos blogueiros não respondem aos comentários colocados nos seus posts, 37,4% afirmam responder ocasionalmente, 31,3% frequentemente e 18,2% respondem a todos os comentários colocados.

4. Leitura assídua de outros blogues

Como seria de esperar, tendo em conta o espírito de comunidade dos blogues, 97% dos blogueiros apresentam-se como leitores assíduos de outros blogues, sendo que 79,8% afirma comentar posts de outros blogues.

Nesta perspectiva, a maioria dos blogueiros (64%) despendem mais de uma hora nas leituras e possíveis comentários a outros blogues. Apenas 36,4% diz despender menos de 30 minutos.

5. Blogues generalistas vs temáticos

Segundo os resultados deste estudo, 76% dos blogueiros consideram os blogues generalistas e apenas 24% os consideram temáticos.

6. Blogues temáticos mais apreciados

Relativamente à 1.ª preferência, as categorias de blogues mais apreciados são “Política” com 18,2%, “Humor” com 14,1%, “Arte” com 7,1%, “Literatura” com 7,1% e “Pessoal” com 6,1%.

Em relação à segunda escolha, as principais categorias repetem-se, uma vez que as categorias mais votadas são “Política” com 14,1%, “Humor” com 10,1%, “Desporto” e “Literatura” com 7,1% e “Cinema” com 5,1%.

Na terceira preferência as principais categorias são “Humor” e “Política” com 8,1%, “Pessoal” com 7,1% e “Arte” e “Poesia” com 6,1%.

7. Blogues preferidos dos blogueiros

Tendo em consideração a multiplicidade de blogues e de temas abordados por estes, não existe um blogue que se destaque dos outros como sendo o blogue preferido dos blogueiros.

Na verdade, os blogues que foram referidos mais vezes como os preferidos, como são o caso do “Blasfémias” (http://ablasfemia.blogspot.com/), o “Blogotinha” (http://blogotinha.blogspot.com/), o “Gato Fedorento” (http://gatofedorento.blogspot.com/), o “Terceiro Anel” (http://terceiroanel.weblog.com.pt/), o “Os tempos que correm” (http://valedealmeida.blogspot.com/) e o “Webcedário” (http://webcedario.blogspot.com/) apenas o foram por 3 vezes.

Mais de 80% dos blogueiros (84,8%) afirmam visitar o seu blogue preferido pelo menos uma vez por dia, 59,6% uma vez e 25,3% várias vezes por dia.

No entanto, apenas 27,3% dos blogueiros afirmam comentar os posts do seu blogue preferido diariamente e 6,1% várias vezes por dia. A grande maioria, 41,4% apenas comenta o seu blogue preferido ocasionalmente.

Nesta perspectiva, a maioria dos blogueiros (33,3%) despende menos de 15 minutos na leitura e possíveis comentários ao seu blogue preferido, 24,2% despende 15 minutos e 21,2% despende 30 minutos.

8. Actividade de blogueiro

Segundo o Gráfico 5, a maioria dos participantes neste estudo é blogueiro há pelo menos 1 ano e 28,3% há pelo menos 2 anos.

Gráfico 5.
Tempo de actividade de blogueiro


Relativamente à causa que os levou a iniciarem-se nestas lides, 44,4% dos blogueiros apontam os amigos e 18,2% a leitura de jornais, sendo que 31,3% não se identifica com as causas referenciadas neste estudo, afirmando ter sido outra a causa para terem começado a blogar. Esta questão deverá ser tida em conta em futuros estudos de forma a completar os resultados do presente estudo.

Apesar de 41,4% dos blogueiros afirmarem apenas participarem como editor num blogue, a maioria (57,6%) é editor de no mínimo 2 blogues, sendo que 27,3% afirma participar em 2 blogues, 19,2% em 3 blogues, 2% em 4 blogues, 5,1% em 5 e 4% em mais do que 5 blogues.

Entre as actividades de blogar, ir ao cinema, ler, ouvir música, passear, praticar desporto, sair com os amigos e ver televisão, 8,1% dos blogueiros colocam a actividade de blogar em 1.º lugar, 15,2% em 2.º, 20,2% em 3.º, 16,2% em 4.º e 32,3% em 5.º lugar.

A grande maioria dos blogueiros (64,6%) afirma nunca ter participado num encontro de blogues.

Gráfico 6.
Participação em encontros de blogueiros



9. Blogues: fenómeno passageiro

A esmagadora maioria dos blogueiros, 92,9% considera que os blogues não são um fenómeno passageiro, mas algo que veio para ficar por muitos e longos anos.


10. Caracterização da amostra

Por último, resta-nos caracterizar a amostra deste estudo. Antes de mais, 71,7% dos participantes neste questionário são do sexo masculino, enquanto 28,3% são do sexo feminino. Relativamente aos escalões etários, não existe nenhum que se destaque em particular como podemos constatar pelo Gráfico 7. No entanto é curioso que a grande maioria dos blogueiros (67,7%) têm menos de 40 anos. Em relação à actividade profissional e apesar da lista extensa de profissões disponíveis no questionário, uma grande percentagem dos blogueiros 31,3% indicou a sua profissão como “Outras”, demonstrando que a sua profissão não fazia parte da lista disponível. De seguida 15,2% dos blogueiros afirmaram que as suas profissões se enquadravam na área do “Ensino e Formação”, 5,1% afirmavam serem jornalistas, bem como, em igual percentagem serem informáticos.

Gráfico 7.
Distribuição dos blogueiros por escalões etários

Blogues:... Métodos e Materiais

Constituição da Amostra

Tendo em consideração que não existe um web site com o registo de todos os blogues existentes em Portugal, optei por consultar o Weblog.com.pt, mais precisamente a sub-página “blogómetro”, a qual apresenta a lista dos blogues mais visitada no dia anterior. Esta lista não só apresenta blogues do Weblog.com.pt, mas todos os blogues portugueses que se inscrevam.
Tendo por base esta lista, o critério de constituição da amostra foi a selecção dos 100 blogues mais visitados no dia 19 de Janeiro de 2005.

Instrumentos utilizados

De forma a atingir o propósito apresentado na Introdução, elaborei um questionário com 27 perguntas, que posteriormente foi transformado num formulário Web, suportado por uma base de dados MySql, e publicado no endereço http://vds-278117.amen-pro.com/blog.php na Internet.

Para se proceder ao preenchimento dos questionários, foi enviado um email ao editor (ou a um dos editores, caso se tratasse de um blogue com vários editores) de cada blogue participante da amostra, solicitando a sua colaboração para a realização deste estudo, através do preenchimento do referido questionário.

Tendo obtido 99 respostas ao questionário, a taxa de retorno deste estudo foi de 99%, o que é uma taxa bastante elevada, que permite considerar os seus resultados válidos.

Blogues:... Tipificação

A primeira tipificação que se pode fazer dos blogues é entre generalistas e temáticos. Os primeiros são blogues bastante abrangentes, que não se especializaram num determinado tema. Por oposição, os temáticos são blogues sobre uma determinada área, pintura, fotografia, cinema, etc.

De acordo com António Granada (citado em Ferreira, 2004) “Faltam em Portugal, weblogues temáticos, especializados, onde as pessoas vão aprender alguma coisa”.

Tratando-se um acontecimento ainda muito recente, não existe uma tipificação de blogues por área de especialização, motivo pelo qual Rogério Santos (citado em Ferreira, 2004) «na tentativa de organização dos weblogues por tipo/área de especialização, Rogério Santos distingue os “repetidores ou referenciadores”, que se dedicam a recolher e reproduzirem artigos e trabalhos considerados relevantes para o tema do weblogue, por exemplo, o “Lua”, os “sinaleiros”, que procuram e assinalam as matérias propostas com destaque para as opiniões que apareçam na sua sequência, sendo que têm mais hiperligações e maior grau de interactividade, por exemplo, o “PontoMedia” e os “produtores”, resultantes dos autores que os criam e alimentam com reflexões, poemas ou fotografias, por exemplo, o “Abrupto”, “Barnabé” ou o “Puta de Vida”, entre outros.»

George Siemens, em 2002, classificava os blogues em onze categorias distintas: Partilha e gestão de conhecimento; Serviços de apoio ao Cliente; Jornalismo interactivo; Comunicação; Diários Pessoais; Aprendizagem; Marketing Pessoal; Reformas sociais; Comunidades; Diários de experiências; e por último Contadores de histórias.

Blogues:... Definição

Basta fazermos uma pesquisa rápida na Internet para descobrirmos uma multiplicidade de definições do conceito weblogue.

De acordo com António Granado (2003), “um weblog é uma página com entradas datadas que aparecem pela ordem inversa em que foram escritas”. Na mesma linha de pensamento, Vanda Ferreira (2004) apresenta os weblogues como “uma espécie de diário pessoal ou colectivo publicado na Internet e que permitem a troca de comentários interactivos, imagens e sons através de mensagens de correio electrónico publicados em listas de actualidade decrescente. No topo, aparecem os mais recentes. No fim, os mais antigos.”, tal como Hugh Hewitt (2004), segundo o qual ‘Blog’ é a abreviatura de ‘Web log’ – uma página on-line com entradas datadas, mantido por um ou mais autor/editor, com links e comentários – “’Blog’ is short for ‘Web log’ - an online site with time-dated postings, maintained by one or more posters, that features links and commentary.” (Hewitt, 2004). Jane Perrone num artigo da versão online do jornal inglês “The Guardian” refere os weblogues como sendo, literalmente, um “log” (registo) na Internet – uma página online, com um formato de um diário, no qual o autor (o “blogger”) coloca links para outras páginas que ele/ela considerem interessantes, numa ordem cronológica inversa. - “A weblog is, literally, a "log" of the web - a diary-style site, in which the author (a "blogger") links to other web pages he or she finds interesting using entries posted in reverse chronological order.” (Perrone, 2004)

Por seu lado, Dave Winer (2002) apresenta-nos uma definição mais elaborada assente em algumas ideias chaves: um blogue aponta para artigos existentes algures na Internet; é uma viagem contínua, com um guia humano que vamos conhecendo ao longo da “jornada”; existe um sentimento de companheirismo entre os autores dos blogues, que se revela por exemplo através do apontamento recíproco de blogues. - “Weblogs are often-updated sites that point to articles elsewhere on the web, often with comments, and to on-site articles. A weblog is kind of a continual tour, with a human guide who you get to know. There are many guides to choose from, each develops an audience, and there's also camaraderie and politics between the people who run weblogs, they point to each other, in all kinds of structures, graphs, loops, etc.” (Winer, 2002)

Dave Winer (2001) identifica mesmo os blogues como sendo “Personal Web Publishing Communities” – Comunidades de publicação Web pessoais, de acordo com 4 princípios fundamentais:

Em primeiro lugar “A weblog is personal” - um weblogue é pessoal, uma vez que é da autoria de uma pessoa e não de uma organização. Os blogues apresentam-nos a personalidade do seu autor, razão pela qual são interessantes;

“A weblog is on the web” – um blogue é uma página online, não é um suporte impresso. Pode ser actualizada com frequência, com um custo de produção muito baixo e é acessível através de um simples browser de Internet;

“A weblog is published” – as palavras surgem através dos templates, num processo automatizado de publicação, onde também há a possibilidade de usar ferramentas avançadas de escrita. Ou seja a tecnologia aplica-se aos weblogs, publicando a tecnologia;

Por último, “a weblog is part of communities” – os blogues pertencem a comunidades. Nenhum blogue existe sozinho, os weblogues são relativos a outros blogues e ao mundo. O mesmo pode ser dito da maioria de weblogs que ganham audiências, eles associam pessoas com os mesmos interesses através da Internet.

Rebecca Blood (2002) associa à sua definição, as potencialidades dos weblogues. Segundo Blood, um weblogue é uma forma e um formato: um web site actualizado constantemente contendo entradas disponibilizadas numa ordem cronológica inversa. No entanto ainda, de acordo com Blood, esta forma é infinitamente maleável, pelo que os blogues têm um enorme potencial, tanto para utilização pessoal/privada, como para utilização profissional. Mantidos facilmente, via computador ou dispositivos móveis, os weblogues estão a organizar negócios, a criar e fortalecer laços sociais e a filtrar a Internet, ao mesmo tempo que fornecem uma plataforma para que qualquer pessoa publique a sua visão do mundo.

Nesta linha de pensamento de múltiplas potencialidades dos blogues, Adam L. Penenberg refere-se aos blogues como a revolução da disseminação do capital intelectual - “Rather, it's a revolution in the dissemination of intellectual capital.” (Penenberg, 2004) e como o modelo socialista de troca de informação, uma vez que é gratuito, de fácil utilização, acessível por todos quantos tenham acesso à Intenet – “Think of it as the socialist model for informational Exchange.” (Penenberg, 2004).

António Granado (citado em Ferreira, 2004), considera que os blogues “são uma forma de expressão individual dos jornalistas e dos públicos que os criam porque gostam de escrever, expressar opiniões que acham que valem a pena, mas que as pessoas não dizem nos jornais”. Esta ideia é reforçada por Rogério Santos (citado em Ferreira, 2004), os blogues “são um espaço de afirmação pessoal, individual dos autores, de criação de um novo espaço. Há a ideia de que os blogueiros são apenas jornalistas; não são. Mas Rogério Santos (citado em Ferreira, 2004) vai mesmo mais longe ao afirmar que nos blogues “torna-se público o que é privado, uma história quotidiana, um pensamento. São um meio de expressão pessoal, porque usam apenas uma ferramenta simples de comunicação pessoal, íntima. Os mais conhecidos são os dos jornalistas, mas apenas porque têm uma repercussão pública”.

Podemos então falar dos blogues como diários de bordo, nos quais os seus autores vão expressando os seus pensamentos constantemente, alguns, várias vezes por dia, ocasionalmente partilhando links para artigos ou itens multimédia, que consideram pertinentes, em outros blogs ou em web sites tradicionais. Mas os blogues não são diários de bordo secretos, íntimos, privados. Os blogues partilham informação privada a todos os quantos os queiram visitar, funcionando mesmo qual jornal de parede, que permitia a leitura a todos quantos passassem junto deste. Outra característica importante dos blogues é a criação de comunidades e/ou amizades. Os blogueiros adoptam um sentimento de comunidade ao referirem e reagirem aos blogues que lêem com frequência, sendo a sua barra lateral uma afirmação da tribo à qual querem pertencer. Podemos mesmo então falar dos blogues como as novas tertúlias de amigos, grupos de discussão, nos quais as pessoas partilham assuntos de discussão através de comentários e da partilha do debate de temas particulares entre blogues.

Blogues:... Evolução histórica

Nos últimos anos temos assistido ao aparecimento e crescimento exponencial de uma nova forma de comunicar assincronamente pela Internet que são os blogues ou weblogues.

O Technorati (http://www.technorati.com/), um web site com uma poderosa ferramenta que permite pesquisar links dentro de blogues de todo o mundo, no dia 5 de Fevereiro de 2005, reconhecia a existência de 6.746.125 blogues. De acordo com Vanda Ferreira (2004), segundo “dados do Weblog.com.pt – uma espécie de portal dos weblogues portugueses – gerido pela equipa de Paulo e Guida Querido e Luís Enes, existem 1.147 weblogues em Portugal (dados do final de Outubro de 2004)”. Em Fevereiro de 2005, a lista de blogues portugueses produzida a partir dos dados da Technorati, no Weblog.com.pt, apresentam mais de 1.800 registos.

Segundo alguns autores os blogues surgiram em 1997, através do conceito de Weblog, criado por Jorn Barger em Dezembro de 1997, a partir das palavras “web” (Internet) e “log” (registo). No entanto, segundo Dave Winer (2002) o primeiro weblogue criado foi o primeiro web site , http://info.cern.ch/, criado por Tim Berners-Lee no CERN - European Organization for Nuclear Research. Esta página funcionava como um apontador, no qual Tim Berners-Lee referenciava os novos web sites que ião surgindo na World Wide Web. Felizmente o conteúdo deste web site foi arquivado pelo World Wide Web Consortium em http://www.w3.org/History/19921103-hypertext/hypertext/WWW/News/9201.html.

Posteriormente em 1993 surgiram as páginas “What’s New” do NCSA - National Center for Supercomputing Applications (http://archive.ncsa.uiuc.edu/SDG/Software/Mosaic/Docs/old-whats-new/whats-new-0693.html), e da Netscape, que seria o maior blogue no ar entre 1993 e 1996 (http://wp.netscape.com/home/whatsnew/). Nestas duas páginas “What’s New” já podemos encontrar duas características principais dos weblogues, a datação das entradas e a sua colocação por ordem inversa.

Em 1996 e 1997 surgem os primeiros blogues pessoais como o Scripting News de Dave Winer, o Robot Wisdom de Jorn Barger, o Tomalak's Realm ou o CamWorld.

Em 1999, de acordo com Rebecca Blood (2000), existiam 23 weblogues referenciados. Nesse mesmo ano, numa altura em que a comunidade de blogues começava a aumentar, Peter Merholz defendeu que se deveria pronunciar “wee-blog”, por se tratar de um meio para comunidades. Este acontecimento acabou por conduzir à utilização “abreviada” da palavra “blog” e à referência do seu editor como o “blogger”.

Em Portugal, tanto se utiliza a grafia “weblogue” como “blogue”, sendo os seus editores apelidados de “blogueiros” ou “bloguistas”.

A partir de 1999, o número de weblogues foi aumentando cada vez mais, sobretudo graças ao aparecimento de novas ferramentas de publicações de conteúdos, como o “blogger” da Pyra, que permitiram que qualquer pessoa, sem ter necessidade de quaisquer conhecimentos de HTML, pudesse ter o seu próprio blogue na “World Wide Web”. Tal como refere Recuero (2003) “O conhecimento da linguagem HTML era uma barreira constante para o aumento do número de usuários, que só foi quebrada com o surgimento das ferramentas dos sistemas baseados na Web, como o Blogger e o Groksoup, lançados pela Pyra em Agosto de 1999.”

Segundo Blood (2000), os blogues originais eram um misto de links, comentários e pensamentos pessoais/ensaios. Com a entrada em cena do Blogger, em 1999, começaram a aparecer inúmeros blogues, actualizados várias vezes por dia, cujo tema central não eram os pensamentos do “blogueiro”, mas sim, algo que ele tinha reparado no seu local de trabalho, notas sobre o seu fim-de-semana ou, por exemplo, reflexões sobre um determinado assunto. Os links dentro dos blogues levavam-nos para outros blogues, nos quais havia alguma referência ao tema abordado ou nos quais existia simplesmente também um link para o blogue de partida.

A diferença entre o conteúdo dos blogues originais, anteriores a 1999 e os blogues mais recentes, posteriores ao aparecimento do Blogger, conduzem-nos a uma questão chave, qual a correcta definição de blogue?

Blogues:... Introdução

Os blogues e os seus editores apresentam-se hoje em dia, como um fascinante objecto de estudo. Em pouco mais de 7 anos assistimos ao aparecimento e massificação global deste fantástico e democrático fenómeno que são os blogues.

Actualmente, qualquer pessoa, independentemente da sua cultura e dos seus conhecimentos informáticos pode criar o seu próprio weblogue, de uma forma totalmente instantânea e gratuita. Por exemplo, no Blogger, após uma simples configuração inicial, para se proceder à actualização de um blogue, basta saber fazer uma coisa tão simples como enviar um email com o respectivo texto.

O presente estudo pretende ser uma primeira caracterização do fenómeno dos blogues em Portugal, com particular enfoque nas actividades de blogueiro.

Blogues: experiência portuguesa

De acordo com a primeira entrada, nos seguintes posts irei publicar o estudo "Blogues: experiência portuguesa", que realizei no âmbito da cadeira de "Media, Públicos e Audiências", leccionada pelo Professor Doutor Rogério Santos.

03 março 2005

Gmail - experiência recomendada

No dia 31 de Março de 2004, a equipa do Google anunciou a criação de um serviço gratuito de webmail, com 1Gb de espaço de armazenamento. No entanto, na fase inicial de testes, versão beta, que se especulava apenas duraria até Setembro de 2004, mas que ainda continua em vigor, apenas se pode ter acesso através de um convite de um utilizador já registado.

Felizmente, no final de 2004, graças ao convite de um grande amigo meu, tive acesso ao Gmail. Para aqueles que não conhecem ou não utilizam este serviço, devo dizer que não é um sistema que prima pelo design elegante, mas é sim, fundamentalmente muito simples e prático.

Apesar de ainda se tratar de uma versão beta dispõe já de uma série de funcionalidades que se constituem como uma mais valia face aos demais concorrentes, nomeadamente, as etiquetas das mensagens (labels), a importação dos contactos através de um ficheiro *.csv, o endereçamento adicional (Plus Addressing) e o acesso às contas via protocolos POP e SMTP.

Neste sentido, recomendo a todos quantos tenham possibilidade de aderir ao Gmail, que aproveitem essa oportunidade. Entretanto, para quem estiver interessado tenho 30 convites para distribuir.

Informação complementar:
http://gmail.google.com/gmail
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gmail

02 março 2005

Escolas navegadoras

No passado dia 18 de Fevereiro , foi apresentado pela UMIC e pelo Ministério da Educação o piloto do projecto "Escolas Navegadoras", que pretende criar condições para os alunos do ensino básico e secundário se familiarizarem com as novas tecnologias, substituindo os tradicionais cadernos por Tablet PCs e os quadros de giz por Smart Boards.

Nesta fase piloto foram contempladas 2 escolas básicas, EB1 de Avelar com 98 alunos e EB23 também do Avelar, actualmente com 262 alunos, e uma escola secundária, em Arouca, com 1000 alunos e 46 salas de aulas.

Graças a uma verba que sobrou das comemorações do 25 Abril que permitiu o financiamento do projecto e as parcerias com a Porto Editora, Microsoft, Intel, Fujitsu Siemens e a Cisco, as 3 escolas foram equipadas com tablet PCs, laptops, servidores, Smart Boards e uma rede WI-FI que assegura a conectividade dos diversos equipamentos nas salas de aulas.

Entretanto será lançado o concurso para que 150 escolas possam aderir a este programa no início do próximo ano lectivo, cujo júri será liderado pelo Professor Doutor Eng. Roberto Carneiro, mentor deste projecto.

Tendo em conta que um dos maiores perigos da sociedade da informação é a infoexclusão, espero sinceramente que este projecto dê bons resultados e que em breve mais escolas façam parte dele. Só através do reforço da aposta em projectos como este, será possível construirmos em Portugal uma verdadeira sociedade do conhecimento.

Informação complementar em:
UMIC